A janela de transferências é o momento de mais movimentação dos clubes acerca de contratações de atletas, e a torcida precisa ter cautela durante esse período
Não é novidade para o torcedor sobre o momento financeiro que vive o Atlético-MG. Em decorrência de más-gestões oriundas do passado, o clube paga a conta até hoje. Juros altos mensais corroem as finanças do alvinegro. Com aporte financeiro dos mecenas em 2020 e 2021, o Galo pôde competir e sagrar-se campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.
Porém, hoje, o clube não possui saúde financeira para fazer investimento em contratações. A solução encontrada pela alta cúpula é, através de conversas e apresentação do projeto desportivo, convencer jogadores em fim de contrato para jogarem com o manto alvinegro. Não é fácil, é árdua a tarefa, mas é o único caminho achado. Ser referência esportiva em 2021 faz com que a expectativa do torcedor cresça e a pressão dos rivais inflama, então qualquer falha é duramente criticada por todos os meios de comunicação. O microfone é um poder perigoso.
Jogadores como Jemerson, Ademir, Cristian Pavón, Paulinho, Otávio e Alan Kardec vieram de negociações supracitadas acima. O clube viveu um péssimo ano em 2022, então não podemos avaliar com certa precisão o que cada atleta pode oferecer, mas se avaliarmos apenas no nome, Rodrigo Caetano movimentou-se bem no mercado da forma que pôde. É humanamente impossível acertar tudo o que você se propõe a fazer. Erros acontecem, e o certo é aprender com o erro e tentar fazer diferente e melhorar. Burrice seria continuar na ignorância.
Acredito fielmente que Rodrigo Caetano aprendeu com 2022. Ele teve algumas atitudes bastante questionadas pelo torcedor, como a demora em demitir Antonio Mohamed, por exemplo. É importante a continuidade de um profissional no comando do time, mas quando vemos que o time piora a cada jogo, fica indefensável a permanência. O modo como negociou com treinadores após a saída repentina de Cuca foi totalmente diferente no fim deste ano, ao contratar o argentino Eduardo Coudet.
Nomes de jogadores especulados nem sempre vão agradar a maioria do torcedor. É muito difícil acontecer uma unanimidade, ainda mais com orçamento enxuto. O momento é de reflexão tanto para a torcida quanto para a diretoria. Agir com cautela e não por impulso faz todo diferencial em nossas decisões e escolhas.